NAS ENTRELINHAS DOS VERSOS

NAS ENTRELINHAS DOS VERSOS

18 de ago. de 2009

ESPELHO...ESPELHO MEU


Ana Lúcia



Você é meu espelho!
Sim! Meu espelho!!!
Me vejo em você!
Tentei imitar seus gestos...
O seu jeito de ser... a calma da sua alma!
Seduzida pela imagem, te contemplei.
E por muito tempo nela me busquei...
 via não mais a mim.
Era você em mim.
Mas meu olhar de ti se desviou...
A realidade finalmente enxerguei 
Você não era eu! Eu não era você!
E a imagem se quebrou!!!
E tudo mudou...
Ah!... Espelho, espelho meu...
Existe alguém mais inocente do que eu!!!


16 de ago. de 2009

TRISTITIA CONDITION

                                                                                                                    Ana Lucia

Tanto fiz tudo para me libertar da caverna e fugir da escuridão. 
Por muito tempo ali permaneci imóvel, atrofiada... Dolorida!
Me libertei e saí.
No primeiro momento, a luz me cegou.
E lentamente fui envolvida por uma sensação inebriante!
Encantada, me deparei com a existência mundo ao que vivia.
A 
felicidade rimava com liberdade.
Tudo fora  era excitante, alucinante!
As pessoas livres... independentes... felizes!
Durante algum tempo ali permaneci p
arada... imóvel... Observando..
E enxerguei a realidade... Doeu...
A luz da verdade se revelou a mim. 
Percebi a liberdade, não trás tanta felicidade.
A liberdade incondicional  é outra forma de escravizar...
Gera relacionamentos  profundos fluidos.
E Entendi...
Mesmo livres vivem aprisionadas nas individualidades, imersas  ao subterrâneo do próprio egoísmo.
Mesmo tendo o livre arbítrio vivem encadeados na escuridão.
Invadidos por uma inversão de valores.
Presas as próprias sombras projetadas pelo inconsciente.
Vi o triunfo das nulidades e o prosperar dos bajuladores...
Se julgam-se éticas, mas manipulam a verdade.
Vi posturas preconceituosas e discriminatórias diante de manifestações e expressões contrárias às suas verdades!
Pensei... Será que a ética é impositiva?
Será o que é legal... Moral?
Verdadeiramente o que vi fora da caverna me machucou!
Que decepção! 
Não quero acreditar no que vi... 
E estática não consegui avançar para além da porta da caverna.
E eu que acreditava que havia uma saída para mim.
 
Mas a dor fora da caverna é a mesma que sentia dentro dela.
Assim, não me restou opção, voltei para a caverna! 
Sim, eu voltei, mas, retornei diferente!
Voltei...
Como diz o sábio filósofo, quando uma mente se abre, jamais volta ao seu tamanho original.al.

7 de ago. de 2009

ESTRANHA NORMALIDADE


Ana Lúcia 

O que tenho de diferente?
Me responda se puderes.
Se sou sensível, e me diz: és melindrosa.
Se estou feliz, me pergunta: estás louca?
Se brinco, me rotula, és chata!
Se estou triste, me julga: és fraca.
Se choro, demostra feliz por minha fragilidade
O que tenho de diferente?
Sou instável? Sou estranha? Sou enfática demais?
Sim... Eu sou! 
E sei que isto te incomoda!
Então quer saber o que eu acho?
Sei que tenho defeitos e quero continuar assim... 
Te incomodando, com minha diferença...
E jamais ter a vida de tédio!
É isto que tenho de diferente!

2 de ago. de 2009

IDA SEM VOLTA


Ana Lúcia


Consegui me libertar da caverna escura e úmida.
Fugi da escuridão... 
E envolvida pela luz!
Eu me vi, finalmente...
Fiquei completamente seduzida pelo calor 
E o meu corpo entreguei.
Mas aos poucos me decepcionei.
Uma imensa dor me invadiu. 
Eu não era tão importante assim...
A luz não brilhava só para mim! 
                                  E agora? O que fazer voltar                                        para escuridão da caverna?
                                  Ou vive asabor da luz.
                                  E se ela parar de brilhar?
                                  Não quero voltar para a                                              escuridão! 
                            

1 de ago. de 2009

CICATRIZES

                                                                   Ana Lúcia                           


  Me acusas algemada. 

 O que me prende não são algemas!
São apenas as marcas delas em mim.
As marcas te incomodam?
Mas você trás marcas dela também?
Então por que me culpas?
Posso me livrar das algemas. 
Mas a suas marcas  permanecerão em mim.